quarta-feira, agosto 23, 2006



«If you can take advantage of a situation in some way, it's your duty as an american to do it!!» - Montgomery Burns («The Simpsons: Mountain of Madness», emitido pela primeira vez a 2 de Fevereiro de 1997).






Matt Groening

domingo, agosto 20, 2006

Porque a sobremesa é a parte mais importante da refeição...

1 lata de leite condensado
4dl de natas
1 embalagem de filipinos ou M&M's

Bata as natas. Junte os leite condensado e ligue com uma colher. Pique os filipinos ou os M&M's e misture. Embora possa servir de imediato, ponha no frigorífico umas horas.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Horn Shark (Heterodontus francisci)

O Horn Shark pode ser encontrado entre o centro da costa da Califórnia e a do México e talvez até na costa do Equador e do Peru. É um animal nocturno que se alimenta de pequenos peixes, caranguejos, moluscos, ouriços do mar, lulas e anémonas. Estes tubarões vivem entre os 2 e os 150 m de profundidade em fundos arenosos, recifes rochosos e florestas de Kelp gigante.
O acasalamento dá-se entre Dezembro e Janeiro e a postura dos ovos, que podem ser até 16, dá-se entre Fevereiro e Abril. Os ovos chocam durante 6 a 7 meses e inicialmente são verde-escuro, mas rapidamente se tornam pretos; estes tubarões nascem com cerca de 12 cm e crescem até aos 122 cm. Habitualmente, vivem entre 25 a 30 anos, embora possam viver até aos 50.

Uma das suas características principais são os espigões na frente das barbatanas dorsais, cuja função é defensiva. O Horn Shark é um animal dócil, mas se for incomodado tenta morder.

well, duuuh!...

domingo, agosto 13, 2006

UM CIGARRO

O cigarro é como a vida, esfuma-se, mata. São fáceis, o cigarro e a vida, mas demoram, demoram, demoram... o que é que aconteceu, querido? Todos aprendemos a morrer enquanto estamos vivos. Um cigarro, um cigarro é só um sintoma, um sintoma de amor – se à morte se à vida ainda não percebi. Talvez a ambas. Se sobrevivêssemos à morte saberíamos, mas aí não estaríamos mesmo mortos, pois não? Mas também já não estaríamos mesmo vivos.

Viro-me para o outro lado, à horas que rolo na cama. Nada disto é lógico. Nada disto deve ter uma explicação. Eu só preciso dum cigarro, acendo-o com um vidro se for preciso, está um sol desgraçado! Já devia ter saído da cama há muito. Ninguém está na cama às três da tarde, só eu. Contigo, como se tu existisses mesmo e não te tivesse imaginado completamente. É tão estúpido, isto, tão... inverosímil que parece mentira. Morreu, de facto, alguém? Rebolo, finalmente, para fora da cama. Suponho que devia ir comer alguma coisa, mas não me apetece.

sexta-feira, agosto 11, 2006

O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos

como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa

da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,

porque então morreria.

Pablo Neruda

sábado, agosto 05, 2006





Who?! Who in the Media tricked you?!!




- questão colocada por Bobby Hill a Peggy Hill.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Filmes de Férias

30 de julho de 2006


Antes de Agosto, a propaganda tenta convencer-nos a ser civilizados. Os civilizados ficam convencidos.

Começou a época dos anúncios injustos. Vem Agosto, as férias, enfim, a partida para longe e, com isso, as campanhas para dar má consciência a alguns de nós. Errando o alvo, porque esses alguns de nós não precisavam da campanha. E quem precisa dela olha com indiferença a mensagem-denúncia.

Dois filmes de propaganda. Um enterro, a preto e branco, como se deve nos bons filmes sobre o assunto, pazadas de terra sobre o caixão, familiares que choram. Todos partem, deixando o montículo de terra sobre o falecido bem-amado. Todos? Não. Um canito deixa partir os bípedes, mas, ele, não abandona. Triste como um cão de dono morto, vai deitar-se na campa. Mensagem: se ele nos é fiel nos maus momentos, como somos nós capazes de abandoná-lo nos momentos felizes de partir para férias?

O segundo filme começou a ser exibido nos televisores, anteontem. É encomendado pelo Ministério da Administração Interna e é sobre os acidentes rodoviários. Crianças entram num avião e enchem-no. Uma frase explica como se relaciona entrar para um meio de transporte para se prevenir acidentes de outro meio de transporte: “Todos os anos, a velocidade nas estradas vitima um avião cheio de crianças”...

Cães abandonados, crianças acidentadas na estrada – dois factos que merecem denúncia. Duas abordagens com aquela intenção de falar para as pessoas que raramente se vê nos filmes nacionais e começa também a ser rara nos jornais portugueses, mas que na publicidade são usuais. Enfim, bons assuntos e bem tratados. E, no entanto, como eu disse inicialmente, errando o alvo.

Diz-se da publicidade que ela já nos convenceu que nos convence. Só que, se isso é verdade, é manifestamente exagerado. Quer dizer, ela consegue convencer-nos da sua influência quando estamos virados para aí. Fora disso, é tempo perdido. A ideia de mostrar um cão fiel até ao último momento, a imagem de ele se deitar sobre a campa do dono, claro que me comove. E quando se serve a ideia que temos de magno desastre – um acidente de avião – para chamar a atenção do corriqueiro acidente rodoviário, mostrando que estes acabam por matar tanto (aliás, matam mais), claro que aplaudo a mensagem certa. Comovo-me eu, aplaudo eu. Só que eu não abandono cães em Agosto, nem ando a 160 na A1.

O problema, pois, com esses dois bons filmes de propaganda de duas causas justas é que me dão problemas de má consciência, a mim, que não preciso da mensagem, e deixam indiferentes os que deviam ouvir e acatar. A sensibilidade de quem fez um minifilme comovedor sobre o canito fiel não atinge o bruto que pegou no seu Rex, este fim-de-semana, e o largou na Outra Banda, porque amanhã há que embarcar para duas semanas em Santo Domingo.

Ontem, duas horas antes de eu escrever esta crónica, um tipo de Opel Corsa seguia, no IC19, tão colado à minha traseira que nem lhe via a matrícula. A mulher ia sentada ao seu lado, com o bebé pousado no colo. Tudo indícios de que aquele filme da Administração Interna, por mais que passe, nunca o convencerá que conduzir prudentemente salva crianças. A única coisa que o convenceria seria o seu bebé tornar-se má estatística e, mesmo nesse caso, só o convenceria do seguinte: que teve azar.


Ferreira Fernandes, Jornalista