domingo, setembro 23, 2007

Encontrei não sei onde, mas não foi no livro que ainda não li:

«Escondemos a morte como se ela fosse vergonhosa e suja. Vemos nela apenas horror, absurdo, sofrimento inútil e penoso, escândalo insuportável, conquanto ela seja o momento culminante da nossa vida, o seu coroamento, o que lhe confere sentido e valor.»


«A vida ensinou-me três coisas:a primeira é que não impedirei nem a minha morte nem a dos meus próximos. A segunda é que o ser humano não se reduz àquilo que vemos, ou julgamos ver. É sempre infinitamente maior, mais profundo do que os nossos estreitos julgamentos podem exprimir. E, finalmente, ele nunca disse a última palavra, estando sempre a transformar-se, a realizar-se em potência, capaz de se modificar através das crises e das provações da sua existência.»


«(...)Porque na nossa sociedade não há lugar para os que choram a perda de um ser amado. Ninguém me ajudou a esvaziar a minha dor. Acham normal a depressão das pessoas enlutadas, e recomendam-lhes o médico para que lhes receite anti-depressivos. Tentam distrair-nos, fazer-nos mudar de ideias. Em resumo, querem dizer-nos que têm medo do nosso desgosto(...)»


«Entrar no sonho de outrem é pisar um chão sagrado, penetrar na intimidade do outro. O inconsciente não é apenas o reservatório dos recalcados, ele contém simultaneamente todos os nossos possíveis. É um viveiro de imagens e símbolos susceptíveis de ajudar o nosso desenvolvimento».


Hennezel, M. Diálogo com a Morte

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